RELIGIÃO, PSICOTERAPIA E SAÚDE MENTAL
Seguindo o transcorrer evolutivo da humanidade, é relevante e genuína a participação e aquisição dos conteúdos oferecidos pela ciência neste percurso, pois como sabemos as questões científicas são em muito, advindas de questionamentos do cotidiano e de problemáticas não bem esclarecidas do contexto humano. Porém, sabe-se que o conhecimento é adquirido por diversos veículos de transmissão, como o senso comum, a cultura, a religião e a própria ciência, e são estes dois últimos que nos deteremos em um contexto relacional, entre estruturações psíquicas e possíveis benefícios ou prejuízos no âmbito da saúde mental.
Como o homem é um ser em constante evolução e adequação, a literatura teórica de diversas áreas científicas, afirma que a formação dos indivíduos é uma construção biopsicossocial, e que para a antropologia, a psicologia social, a psicologia entre outras, os elementos culturais e religiosos são bastante determinantes, na formação cognitiva dos sujeitos, como por exemplo, a personalidade, a influencia na subjetividade, os conceitos de ética, moral e justiça, dentre tantos outros. Diante da temática exposta, temos as questões intrínsecas à psicologia, que seriam a formação dos aspectos cognitivos dos sujeitos, como a formação e elaboração das crenças, o desenvolvimento dos esquemas, e a necessidade de regras para a manutenção das referidas estruturas cognitivas. Desse modo, nota – se que a religião é um dos construtos cognitivos que agem de forma relevante na formação psíquica, visto que está muito presente no cotidiano cultural humano, neste sentido sabe-se que existem duas vertentes científicas opostas discutindo sobre a questão da salutaredade, e dos prós e contras da relação saúde (principalmente a mental) e a religiosidade.
Assim temos que antes de tudo ter em mente que, ter ou não uma característica religiosa, não seria o ponto determinante deste dilema, pois temos que saber como os conteúdos religiosos foram passados e de que forma são assimilados, pois como em muitos lares e entidades religiosas o ensino de tais práticas são ensinadas, pode-se haver a instalação de crenças religiosas prejudiciais, já que as mesmas nortearam todo o contexto vivencial do indivíduo, e existe o agravante de que estes componentes são assimilados dentre as primeiras experiências vivenciais, como por exemplo, o filho que aprende com o pai que determinado sentimento é um ato pecaminoso, esse pensamento logicamente será imposto à criança, e em outras oportunidades que deparar-se com algo de acione este sentimento, ele pode ser acometido de culpa ou sentir-se pecaminoso, podendo causar outras sensações e provocar comportamentos indesejáveis. Em contra partida, a vertente que enxerga a religiosidade como um instrumento psicoterapêutico bastante útil, afirma através de estudos e pesquisas, que a relação com este campo é bastante válido, como no caso de idosos que melhoraram sua qualidade de vida apoiando-se em atividades religiosas maduras e coerentes socialmente, assim como nos bons resultados na recuperação de usuários de álcool.
Diante do trabalho reflexivo proposto no momento, concluo( pelo menos momentaneamente) que como o ser humano é visto por em diversas facetas( inclusive teóricas), há uma delas voltada ao espiritual ou divino, e que tal característica é muito presente nos indivíduos(principalmente em sua subjetividade), então não há como se evitar ou descartar a pontencialização destes aspectos cognitivos, mais o que deve ser revisto é como tais dogmas, crenças, leis e etc, possam ser ensinadas, pois o homem faz uso delas de forma representativa e multidimensional para simbolizar, sentir, enxergar, praticar ou simplesmente invocar os elementos religiosos presentes em suas crenças. E que os mesmos podem ser altamente prejudiciais ou eficazes em uma visão terapêutica há indivíduos que praticam uma religiosidade madura e coerente com as demais faces de sua vida.